quinta-feira, 5 de março de 2009

MINHA INFÂNCIA

Depois de morar com minha avó...tias....finalmente meu pai comprou um sitio em Guamiranga onde fomos morar...minha tia Ana(irmã do meu pai) morava em uma casa ao lado e cuidava de seus cinco filhos e mais os oito do meu pai...lembro de poucas coisas dessa época mas principalmente de muita alegria....brincadeiras com meus irmãos e primos...e de um pão de trigo que minha tia fazia,muito gostoso...ah também lembro de trovoadas , chuva de pedra e enchentes que me provocavam pânico..até hoje... mas mesmo assim foi uma época feliz....
ATÉ O DIA EM QUE MEU PAI RESOLVEU LEVAR A MADRASTA PARA NOSSA CASA,
ai sim começaram nossos sofrimentos...me lembro que um dia ela me deu uma surra de cinta que ficaram as marcas e saía sangue,ai ela me deu um banho de agua salgada e me colocou dormir....mas também teve outro dia que ela puxou tanto minha orelha que chegou a rasgar..e outro quando ela bateu na minha cabeça com um pedaço de madeira que usava pra fazer fogo no forno de assar pão....e muitas torturas ....e assim foram os anos que moramos com ela....até minha irmã mais velha Lurdes voltar de Curitiba ,onde estudava em um colégio interno...pra cuidar de nós porque o irmão da madrasta...quando ela rasgou minha orelha...chamou a policia pra prende-la ai meu pai a levou para outra cidade.Desse dia até minha irmã casar foi muito tranquila nossa vida...ela era muito querida...nunca brigava ...nunca dava castigo...nunca batia....a única coisa que não gostávamos era quando tínhamos que tomar remédio,no mais foram pelo menos quatro anos felizes...até o dia do casamento dela....choramos muito ...me escondi debaixo do vestido de noiva dela...não queria ir com meu pai pois sabia que teria que enfrentar a madrasta novamente...ai meu pai penalizado me deixou ficar morando com eles pelo menos mais um ano...MAIS UM ANO DE FELICIDADES...mas infelizmente o inevitável aconteceu...tive que voltar a morar com a megera.....não batia mais em mim...mas na minha irmã Sueli sim...e dizia para ela não chorar ..eu indignada dizia ...chora sua boba...mas ela era da paz e não chorava... ela sempre inventava mentiras para que meu pai batesse no meu irmão Osnir, um ano mais velho que eu....que apanhou muito,injustamente...as vezes ele se escondia pra não ser pego então eu levava comida e agua no esconderijo...nunca tinhamos aniversário...bolo..ou presente...lembro quando fiz dez anos...meu pai chegou em casa então esperei ele do lado de fora da casa e quando passou por mim disse...pai...hoje é meu aniversário...e ele continuou andando e sem olhar pra mim disse...é parabéns....eu chorei muito...pois o mínimo que eu queria era um abraço ou um beijo...mas nunca aconteceu......bom a madrasta consegui destruir nossa família....tirar todos meus irmãos de casa...um por um...sempre com maldades.

Meu pai era considerado rico na cidade mas eu e meus irmãos íamos pra aula descalço tanto no inverno como no verão...e nosso casaco no inverno era uma blusinha de pelúcia e sem botão na frente...mas as filhas dela sempre com jaquetas e sapatos de verniz ....sapato para nós era um por ano,não importava se ficasse apertado tinha que usar...era só pra ir na missa aos domingos...que também era uma tortura para nós porque quando terminava ...meu pai sempre ia em uma "venda" (tipo lanchonete)que tinha na frente da igreja ...tomar uma cerveja com algum conhecidos e lá tinha sorvete,muitas crianças tomando e nós só olhando morrendo de vontade e meu pai com dinheiro no bolso...mas nós sempre passando vontade de tudo.......CONTINUA

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